Para além do Lifelong Learning: você ainda tem humildade para aprender?

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Lifelong Learning pode ser traduzido como Aprendizado Contínuo, uma postura proativa para aprender ao longo da vida, sem data para acabar.

Você acredita que o nosso aprendizado está limitado a uma fase específica da vida?

Os certificados e diplomas na parede não definem o fim do nosso aprendizado.

Hoje, eu, Sidênia, aos 57 anos, continuo aprendendo. Seja como mãe, seja como filha, seja como liderança que fundou e que atua fortemente, há quase 25 anos, no Grupo Executiva.

Em qualquer uma dessas posições, incluindo todas as outras da minha vida (amiga, irmã, conselheira, vizinha, etc.), estou constantemente submetida a situações nas quais o meu conhecimento é colocado à prova.

O único jeito de me sentir capaz de contribuir de alguma forma em todas essas posições, é aceitando o meu lugar de aprendiz. Foi colocando-me neste mesmo lugar que me deparei com mais um termo em inglês que me chamou a atenção: o lifelong learning.

Compartilho com você como tem sido refletir sobre o meu aprendizado. E, como você percebeu pelo título, não consigo desvencilhar essa reflexão da humildade!

Lifelong learning: é para todo mundo?

Muitas pessoas talvez não conheçam esse termo em inglês, mas, com certeza, ele já faz parte do seu dia a dia, na sua vida pessoal ou nas empresas que você conhece e trabalha.

A educação é um processo vitalício e inerente à nossa vida profissional. Independentemente da posição que ocupamos, precisamos nos aperfeiçoar e adquirir novas habilidades para evoluir.

Se voltarmos alguns anos, a mentalidade não era bem essa: após conquistar o terceiro grau, um diploma profissional, você tinha o caminho trilhado.

Hoje, não nos faltam exemplos de pessoas que protagonizam reviravoltas incríveis e inspiradoras dos 18 aos 80 anos.

E isso tem tudo a ver com o Lifelong Learning, que pode ser traduzido para Aprendizado Contínuo, uma postura proativa para aprender ao longo da vida, sem data para acabar.

O Lifelong Learning Council, organização global que propaga e defende o conceito em todo o mundo, define esses 4 pilares do aprendizado contínuo:

1) Aprender a Conhecer

2) Aprender a Fazer

3) Aprender a Conviver

4) Aprender a Ser

Quando me deparei com esses pilares, resgatei na memória o que conheci como notório saber. Aquele conhecimento que se adquire com a prática e que se aperfeiçoa na constância. Para alcançar excelência no que faço, precisei praticar, inúmeras vezes.

Com a prática fui ganhando experiência, lapidando habilidades e me tornando, a cada dia, uma versão melhor de mim mesma.

Conhecer, fazer, conviver e, enfim, ser, é um excelente framework para tudo que construí em minha vida.

Mas me desafio a criar um olhar cada vez mais humano para esse processo. Afinal, quantas vezes você foi desmotivada(o) na aprendizagem?

Eu me senti desmotivada inúmeras vezes. A razão mais comum foi por um perfil específico de “mentor”.

Motivação como aprendiz

Como liderança executiva, preciso participar ativamente de conversas, reuniões e encontros sobre diferentes áreas do negócio e diante de gerentes, diretores e outros profissionais.

Nesses espaços de troca, meu desafio é estar atenta, com escuta ativa, mas também preparada para acrescentar!

Primeiro, porque o tempo das pessoas é precioso.

Em segundo lugar, porque liderar pelo exemplo é passar a confiança e a clareza de que se está preparada para situações desconfortáveis e conversas difíceis, mantendo sempre um perfil acolhedor.

Aprendi isso na prática, quando encontrei professores e chefes que não foram capazes de liderar pelo exemplo ou de acolher minhas individualidades:

  • Já tive professor que me puniu por corrigir um erro de concordância que encontrei na prova dele;
  • Tive também o professor que me reprovou por 0.6, em matéria optativa, por não conseguir responder a uma pergunta relâmpago;
  • Já tive chefe debochado, daqueles que se vangloriam de não ter estudado e de poder contratar “quem sabe fazer”.

Gosto de compartilhar essas experiências ruins, para não cair no constante padrão de ignorar esses fatores que nos tiram a motivação na aprendizagem, principalmente em redes como o LinkedIn.

Mesmo porque, como estamos dialogando sobre Lifelong Learning, não é porque temos experiências ruins que podemos deixar de aprender com elas.

Muito pelo contrário, descobri através desses “mentores”, exatamente quem eu queria ser.

Nada de sentar em cima do ouro, compartilhe!

Falar é fácil, difícil é praticar! Por isso que, como líder, faço questão de olhar as pessoas nos olhos, conversar, abrir espaço para que cada um se sinta contemplado.

Na Executiva Outsourcing, na última sexta-feira do mês, promovemos um encontro com os recém-contratados na empresa, para dar-lhes as boas-vindas.

Neste encontro, conversamos sobre tudo: projetos pessoais, talentos, como eles chegaram ali, e quais as perspectivas deles para o futuro.

O feedback que recebemos dessas conversas está sempre conectado ao aprendizado, com uma cultura aberta ao aprendizado prático.

É incrível como esses profissionais em formação se alegram e se sentem realizados por estar em um ambiente de aprendizado.

A gente se conhece, se abre, e daí nasce uma colaboração genuína. Reforçamos isso, sempre: “você está aqui para aprender e pode contar com um feedback profissional para te ajudar a desenvolver suas habilidades.”

Isso facilita a convivência e alinha expectativas, diminuindo a ansiedade do “ter que saber” e aprimorando o lugar de aprendiz para “estar sempre aperfeiçoando o que se sabe”.

E se você prestou atenção nos pilares que apresentei, conviver tem tudo a ver com aprendizado contínuo.

No fim, do que adianta ter conhecimento sem desenvolver a habilidade de compartilhá-lo?

É como ter uma montanha de ouro e não fazer nada com ela.

Quanto mais experiência eu acumulo, mais reconheço que conhecimento de verdade é para sermos úteis, para celebrar realizações coletivas, é para construirmos juntos formas melhores de alcançarmos a nossa melhor versão.

Por último, convido você a refletir sobre o quanto dessa nossa conversa está conectada a um fato primordial: não há aprendizado sem humildade.

Para querer chegar em uma versão melhor de si, é preciso se dar conta de que não estamos prontos para tudo e de que sempre é possível aprender com quem está à nossa volta.

Vejo minha relação com meus filhos como grande exemplo disso. Impossível não reconhecer que eles possuem conhecimentos escaláveis em diversas áreas nas quais eu apenas sei um pouco.

Meu trabalho como mãe foi desenvolvê-los para entender que, mesmo sabendo tudo de tecnologia, eles ainda tinham muito a aprender com seus avós, com seus pais.

Aqui, neste espaço, convido você a continuar essa corrente. Não tenho problemas com críticas, então deixe seu comentário, seja ele qual for.

Quando alguém me questiona, eu me sinto instigada a pensar, impulsionada a refletir: o que eu não vi? O que eu não entendi?

É assim que vivo minha liberdade de aprender, mantendo a “Sidênia Aprendiz”viva, sem deixar que os outros ou mesmo as circunstâncias me limitem.

Sigo aprendendo e, neste momento, convencida de que a Sidênia que se sentiu desmotivada no passado precisou, e muito, dessas palavras e reflexões.

Palavras de acolhimento que não chegaram a tempo a mim, mas que, hoje, me impulsionam a ser a mudança que eu tanto precisava ver no mundo.

Por isso desta minha iniciativa de trazê-las aqui, compartilhando com quem possa estar vivendo o mesmo que vivi no passado. Espero que essas palavras lhe auxiliem a acelerar o seu desenvolvimento.

O que você está precisando ouvir hoje para se manter motivada(o) para alcançar a melhor versão de si mesma(o)? Conte-me nos comentários!

Sidênia Wendpap

Co-founder & Owner at Grupo Executiva

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